A opção Wiki

Ao abordar neste post o tema “wiki”, decidi que deveria fazer um texto de cariz mais prático, de forma que possa responder clara e inequivocamente a quem pretender saber algo sobre esta ferramenta. No entanto, o carácter reflexivo da actividade está presente em toda a análise que faço deste recurso, bem como nas sugestões que apresento.

Definição de Wiki

Um Wiki é um local da web que permite que qualquer visitante participe na sua construção. Qualquer participante pode editar as informações que pretender, sem necessitar de utilizar qualquer ferramenta mais técnica. Só é necessário um computador com ligação à Internet. Um wiki está sempre a ser actualizado, visto que os participantes podem ir acrescentado informações. É uma colaboração viva, cujo objectivo é o partilhar de um processo criativo e do seu consequente produto. A palavra “wiki” em Havaiano significa “rápido”. Um exemplo bem conhecido de um wiki, é a conhecida wikipédia, recurso utilizado por milhões de pessoas em todo o mundo.

Quem usa o Wiki ?

O Wiki é usado por pessoas que queiram colaborar num projecto, que queiram partilhar informações, fotos, ideias, etc.. O Wiki é usado para transmitir informações dentro de uma área, mas a sua utilidade também está comprovada no que respeita ao processo ensino-aprendizagem. É mesmo no ensino que este recurso tem sido mais explorado, porque permite ao aluno participar activamente no desenvolvimento do projecto.

Vantagens e desvantagens de um Wiki

As vantagens em utilizarmos um Wiki num projecto, são bastante consideráveis:
· Permite um trabalho colaborativo, mas identifica-se facilmente a contribuição de cada um dos participantes;
· Permite restringir o acesso à página;
· Facilidade na utilização, não necessitando de qualquer recurso específico. Basta o computador e a Internet;
· A barra de ferramentas do editor dá-nos toda a ajuda necessária;
· Permite guardar muita informação.

As desvantagens são as seguintes:
· Os participantes podem colocar informação não relevante na página, devido à não limitação de espaço;
· As tarefas têm de ser bem definidas, visto este recurso ser usado mais para trabalho colaborativo, cada um (ou cada grupo) tem de ter instruções claras sobre o que vai fazer.

Wiki vs. Blog

Um blog é normalmente usado para colocar posts sobre opiniões pessoais. Funciona também por vezes como diário e registo de acontecimentos. Aos posts lá colocados é permitido fazer um comentário por parte de quem lê. O feedback é obtido nos comentários. Também pode ser ilustrado com material audiovisual.
Já um Wiki é uma estrutura mais aberta, permitindo a participação de uma ou mais pessoas, o que por vezes pode fazer com que a opinião de uma pessoa fique esbatida pelas contribuições do resto do grupo.

A minha experiência no Wiki

Para além do trabalho colaborativo que fizemos como experiência para a acção de formação, criei um wiki para os meus alunos do Curso Profissional de Turismo, http://countries-and-cultures.wikispaces.com/d-cultures.wikispaces.com/ . Já começámos a trabalhar neste projecto, seleccionando grupos. Além disso, familiarizei os alunos com o ambiente de trabalho da página. Escolhi o wikispaces.com, porque já o conhecia, embora a outra opção - pbwiki.com - também possa ser uma alternativa, mas sobre o qual não posso da a minha opinião visto nunca o ter usado para trabalhar o wiki.

Em conclusão

Hoje em dia, temos à nossa disposição muitos recursos que podemos utilizar na nossa actividade docente, e que devemos mesmo utilizar, para motivar os alunos no sentido de desenvolver as suas competências na língua Inglesa.
Mas não podemos esquecer que ao utilizarem recursos diversificados, os alunos não estão só a trabalhar numa área: Inglês por exemplo. Estão também a desenvolver competências de TIC, estão também a intensificar a interactividade, a interdisciplinaridade e, acima de tudo, a cimentar a sua auto-confiança. Cabe-nos a nós, educadores/formadores, dar exemplos de dinamismo, para que os nossos alunos tenham uma postura também mais dinâmica na sociedade, resultando, como é desejável, num futuro mais promissor.

O e-portfolio como instrumento de trabalho ao longo da vida

1. E-portfolio?

E-portfolio é uma palavra que entrou no nosso vocabulário. Nos nossos manuais escolares aparece frequentemente como sendo uma tarefa que os alunos vão executando ao longo de todo o ano lectivo. Foi uma palavra bem aceite! É uma tarefa que os alunos gostam de fazer.
Afinal o que é um portefólio? É nada mais, nada menos que uma forma de contarmos uma história! A “história” de uma disciplina, ou seja, tudo o que se faz nessa disciplina, a história de uma vida, todo o percurso de uma vida. É um coleccionar de diferentes elementos escolhidos, de forma reflectida, de acordo com o objectivo a que se destinam e de acordo com o formato de apresentação. Se forem portefólios para obter uma avaliação, a selecção é ainda mais cuidadosa e o feedback do avaliador ou dos colegas é precioso para saber os aspectos a melhorar e/ou a corrigir.
Não podemos esquecer os portefólios de cariz meramente profissional, como por exemplo, os dos modelos ou artistas, embora actualmente estes portefólios tenham passado a ser designados como “books”.
Então o que é um e-portfolio? É simplesmente um portefólio electrónico! O e-portfolio fica “alojado” na Web, espaço esse que pode pertencer a uma instituição, ao governo ou a uma empresa privada de “hosting”.

2. Prós e Contras?

Quando optamos pela utilização de qualquer instrumento é porque fizemos uma análise das suas vantagens e desvantagens. Por vezes, essa escolha nem sempre é fácil, visto o fiel da balança estar equilibrado. Mas, e com os e-portfolio? Há vantagens e desvantagens? Naturalmente que temos estes dois aspectos: o negativo e o positivo!

Não vou fazer uma lista exaustiva mas simplesmente salientar alguns dos aspectos positivos que considero mais pertinentes:
-Documento em permanente construção;
-Facilidade de acesso por parte do seu autor mas também por parte do empregador, do avaliador e da restante comunidade, quer seja um e-portfolio escolar, pessoal ou profissional, visto que se pode ter acesso em qualquer parte do mundo;
- Facilidade em inserir material áudio e vídeo;
-Documento em que o seu autor pode evidenciar mais a sua criatividade;
- Promove uma aprendizagem mais activa;
- Torna-se mais motivador para um aluno utilizar a tecnologia para elaborar um trabalho, passando a ser uma tarefa mais interessante e criativa;
- Com o feedback do e-portfolio, dado pela comunidade a que se destina, o seu autor consegue mais facilmente melhorar e/ou corrigir, levando a uma reflexão mais profunda e, consequentemente, a uma melhor aprendizagem;
-Contribui para a preservação do ambiente, visto levar a uma redução do consumo de papel e de tintas, traduzindo-se também numa poupança para o bolso do seu autor;
-Revela-se um documento para toda a vida, um registo vivo das nossas competências, das nossas histórias, das nossas pegadas que podemos deixar aos nossos descendentes.

E quanto aos aspectos negativos? Registo alguns aspectos negativos, ou seja, desvantagens na sua utilização:
-A dificuldade dos “hosts” em alojar tanta informação, dificuldade essa que penso que estará ultrapassada num futuro próximo;
-Alguma resistência por parte de alguns utilizadores numa faixa etária mais elevada;
-Algumas camadas da população mundial ainda não têm ao seu dispor os necessários recursos tecnológicos que permitem a utilização do e-portfolio;
-Devido à facilidade de guardar todos os documentos, um e-portfolio pode correr o risco de conter material não relevante e desnecessário para o fim a que se destina;
- Há ainda uma questão que é levantada em vários documentos sobre esta matéria, questão essa bastante pertinente e sobre a qual se deve reflectir antes de iniciar a construção do e-portfolio: A quem pertence o e-portfolio que fica alojado num “host”: ao seu autor ou ao “host”?

3. O uso ou não do e-portfolio?

A minha aposta é indubitavelmente na utilização do e-portfolio porque o meu fiel da balança pende claramente a favor dos aspectos positivos. É, sem dúvida, um instrumento que incentiva uma aprendizagem mais consciente do aluno, um instrumento que permite ao adulto documentar mais exaustivamente as suas competências, facilitando a percepção destas por parte do empregador.
É então, o documento de uma vida, que deixamos como legado aos nossos descendentes. Este último aspecto, na minha perspectiva, é de extrema importância. Tal como dizia Machiavelli : “Conhecer o passado para compreender o presente”, então aqui está um excelente recurso para darmos a conhecer o nosso passado…

Os Blogues no Mundo da aprendizagem

A necessidade de novas formas de comunicação

Em pleno século XXI sentimos, cada vez mais, necessidade de enveredar por novas e mais rápidas formas de comunicação. O tempo escasseia e a nossa ânsia e necessidade de estarmos a par do que acontece no nosso Globo Terrestre é cada vez maior. Os avanços tecnológicos têm sido de uma dimensão enorme: hoje usamos a tecnologia de ponta para quase todas as actividades do nosso dia-a-dia. Perante esta realidade é urgente que a Escola acompanhe o evoluir da nossa sociedade, para que assim possamos ter alunos interessados e motivados nas actividades lectivas.
A utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação para o ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira tem-se revelado um recurso cada vez mais valioso. As pesquisas, os exercícios online, as trocas de experiências com colegas de outras nacionalidades, os próprios dicionários online, tudo isto faz com que o aluno se sinta mais motivado para a aprendizagem e/ou o aperfeiçoamento de uma língua estrangeira.

Os blogues...

Os blogues constituem também um dos muitos recursos que os professores introduzem, cada vez mais, como projectos a implementar nas turmas. Será que este instrumento de trabalho é assim tão útil? Será que a sua utilização é mesmo importante? As mais-valias da utilização deste recurso justificam as horas dispendidas? Não haverá mais aspectos negativos do que positivos na utilização deste recurso? Estas e outras questões levantam-se quando equacionamos a hipótese de nós, educadores, sugerirmos a tarefa de criar um blogue.
Um blogue é simplesmente uma página pessoal a que toda a comunidade cibernauta tem acesso. Quando um professor pede para o aluno criar um blogue no âmbito da disciplina de, por exemplo, Inglês, o professor está a pedir ao aluno para pôr à prova a sua criatividade, as suas competências a nível das TIC, a sua capacidade de produzir textos em Inglês, e também a sua capacidade de aceitar a informação que recebe como feedback das mensagens colocadas no blogue. Mas para além disto, o professor está também a promover a interacção entre os alunos da turma, que terão, obviamente, curiosidade em ver e comentar os trabalhos dos colegas, está também a incentivar os alunos a produzir textos de forma mais autónoma e a desenvolver a sua capacidade crítica.
O facto de ser pedido ao aluno para usar um recurso inovador é por si só uma motivação bastante forte para que o aluno execute a tarefa de forma empenhada, participativa e criativa. Como o acesso ao blogue não é limitado a falantes da língua materna do aluno, a colocação de comentários em língua inglesa leva a que o aluno desenvolva as suas competências comunicativas, criando-lhe um reforço bastante positivo ao interagir com cibernautas de todo o mundo. Pelo facto dos alunos poderem usar de toda a sua criatividade no desenvolvimento do seu blogue – embora seguindo as orientações dadas pelo professor – leva a que explorem mais os materiais a usar, apresentem as suas ideias e, consequentemente, desenvolvam mais a sua própria identidade. Esta identidade é por vezes muito difícil de descobrir num grupo /turma, devido à timidez de alguns alunos, mas é revelada na leitura dos textos colocados no blogue, no qual transparece toda a sensibilidade que nos é vedada no contacto directo.
A colocação de comentários aos textos dos blogues é, sem dúvida, o aspecto que pode ser considerado mais polémico no que respeita a utilização de blogues pelos alunos, como uma tarefa obrigatória. Os comentários deixados nos blogues pelos próprios colegas de turma ou de escola podem ser bastante ofensivos, mas devido ao facto de um blogue estar aberto a todos os cibernautas pode, também, levar a comentários colocados por estranhos que sejam também de carácter ofensivo ou comentários positivos mas cujo objectivo é fazer com que o jovem receba a mensagem como reforço positivo e estabeleça uma relação de confiança com esse desconhecido. Como poderemos nós professores controlar estas situações? Muito dificilmente as poderemos controlar: se cada professor tiver 4 turmas e cada turma tiver cerca de 20 alunos e se pedirmos num trabalho de projecto para os alunos criarem um blogue, como poderemos nós controlar o que é escrito em cada blogue? A única possibilidade que temos é alertar os alunos para os perigos que poderão surgir e pedir, como parte da tarefa, para nos reportarem qualquer situação anómala, quer seja de “bullying” quer seja de algum pedido por parte de um cibernauta desconhecido.

Para os alunos usarem este recurso...

Só com um acompanhamento atento, actualizado e crítico por parte dos professores em relação a esta novidade tecnológica, é que os alunos poderão desfrutar de mais um recurso, bastante eficaz, para a aprendizagem da língua inglesa, e que cada vez mais está a ganhar um lugar de destaque como prática corrente no binómio Ensinar / Aprender em plena era Global.

O porquê deste espaço

O desafio foi lançado na acção de formação sob a forma de uma das tarefas a cumprir.Na altura não pensei muito sobre o assunto, pensei "logo se vê". O problema não seria criar o blog, pois os sites dão todas as indicações. O que me deixava um tanto insegura era o assunto a tratar. Sabia que seria um espaço onde falaria de ensino, educação, aprendizagem e Inglês. Deixei para mais tarde! Bem...essa era realmente a minha intenção, mas o bichinho da curiosidade falou mais alto e não conseguia pregar olho nessa noite. Regressei ao teclado. Escolhi o tipo de blog e fiquei a olhar para o ecran. Vi diferentes apresentações de blogs, escolhi as definições, voltei atrás, novas definições mas na realidade não estava preocupada com as cores ou o tipo de apresentação. O que me preocupava verdadeiramente era o nome para o blog. Comecei a escrever títulos e a apagar. Nada me parecia adequado. Queria algo apelativo e que pudesse transmitir a ideia do conteúdo do blog e, obviamente, usando poucas palavras. Enquanto descansava a vista do écran olhando para o televisor vi uma cena passada num tribunal ...e a palavra versus saltou do diálogo que decorria naquela cena. Fez-se luz! Teaching vs. Learning English !!!

Espero poder, neste espaço, reflectir sobre o ensino e a aprendizagem da língua inglesa e com essa refelexão trazer alguma mais valia as estes dois temas que tanto nos preocupam. Enquanto educadores preocupamo-nos em querer fazer melhor, em procurar respostas para as nossas dúvidas, para as nossas incertezas. Ensinar em pleno século XXI é um desafio permanente, uma actividade apaixonante.